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terça-feira, 14 de setembro de 2010

WebQuest - um uso inteligente da Internet na escola

Num tempo em que a tecnologia da informação permeia mais e mais a vida da sociedade contemporânea, trazendo um conjunto de transformações econômicas e sociais que modificaram a base material da nossa sociedade (Adell, 1997; Castells, 1999), a escola ainda se vê desafiada a trazer o computador para o uso pelos alunos no seu cotidiano. O computador ainda está ausente de muitas escolas, embora pais e alunos, movidos principalmente pela lógica da empregabilidade, demandem da escola a oportunidade do desenvolvimento de capacidade de usá-lo. No caso da escola particular a presença do computador é mais forte do que na escola pública. Essa presença, sem dúvida, se deve muito à concorrência: "Se os alunos da escola concorrente usam o computador, a minha escola também tem que fazê-lo" pensam diretores e donos de escolas, muito embora nem sempre se ocupem em avaliar as possibilidades reais desse uso, sua qualidade e adequação. Mesmo que seja por conta da competição no mercado, o computador é trazido para a escola, numa estratégia de dar resposta mais imediata às demandas de alunos e de seus pais. Mas, no que tange a informática, o que querem mesmo os pais? Talvez não saibam muito exatamente. Querem que seus filhos sejam capazes de usar o computador, uma competência que consideram indispensável hoje. O computador passaria a representar hoje o que a máquina de escrever representava há alguns anos. Naquele tempo as pessoas precisavam aprender datilografia, uma exigência para que pudessem conseguir emprego. Hoje precisariam aprender a usar o computador. Enquanto isso a escola ainda permanece um pouco perdida no ―como usar‖ essa tecnologia. São várias as razões para isso e vão desde o despreparo dos seus professores para um uso inteligente dessa tecnologia (Marinho, 1985, 2000a, 2000b, 2000c, 2000d, 2000e), uso como os que se baseiam no construtivismo (Strommen, Lincoln, 1992) ou no construcionismo proposto por Papert, até a carência de bom software de uso educacional. Por isso não foi a toa que muitas escolas partiram para o ensino de informática. Disciplinas foram criadas para que os alunos aprendessem a usar alguns programas de computador: editor de texto, planilha eletrônica, base de dados. Antes, algumas se preocupavam em ensinar comando do sistema operacional DOS e recursos do ambiente Windows. A escola repetia ou repete basicamente os cursos livres oferecidos por diversas empresas. Isso tinha alguma conveniência para a escola e para os pais. Os pais se davam por satisfeitos já que seus filhos eram iniciados no uso do computador e não precisavam pagar cursos livres de informática para eles. Para a escola é conveniente já que fica mais fácil conseguir um professor de informática que possa assumir essas aulas e ensinar os alunos a usar o computador, do que capacitar os demais professores. Fazer ensino de informática representava economia a mais e problema a menos.
Nessa acomodação, a escola perdeu a chance de fazer ensino com informática. Usar o computador como uma ferramenta auxiliar nos processos rotineiros da aprendizagem nem sempre tem sido a estratégia adotada. Uma estratégia que, no nosso entendimento, seria rica por uma série de razões. O computador não seria um fim em si mesmo ao não ser o objeto de estudo numa disciplina. Os alunos apreenderiam conteúdos também utilizando o computador como uma importante fonte de informação nas disciplinas curriculares. Ao mesmo tempo, ao se integrar o computador nos processos de aprendizagem nas diversas áreas
 curriculares e não através de ―aulas de computação‖ (Eisenberg, Johnson, 1996) a escola acabaria fazendo com que, por tabela, os alunos aprendessem a usar o computador (Marinho, 1998), desenvolvendo as habilidades informacionais (information skills) ou computacionais (computer skills) que estarão sendo exigidas às crianças no novo século (Brauer, 1995). Por exemplo, seria mais adequado que os alunos desenvolvessem competência para usar o Word  o produzir textos em diferentes disciplinas (Microsoft, 2000a); que passassem a dominar os fundamentos do Excel usando-o para montar tabelas e gráficos em Matemática ou Ciências (Microsoft, 2000b, 2000d); que aprendessem o básico sobre o Access ( desenvolvendo bases de dados em História ou Geografia (Microsoft, 2000c), ao invés de terem aulas sobre esses softwares.
A Internet aí está, integrando o dia-a-dia de mais e mais pessoas. Certamente terá ainda uma presença mais forte na escola. Se será realmente uma ferramenta útil no processo de formação dos alunos ou não, isso dependerá da escola, dos alunos e, em muito, dos professores. Certamente a responsabilidade por uma reforma da escola, necessária numa perspectiva de Sociedade do Conhecimento, que incorpore as novas tecnologias da informação e da comunicação, não será apenas dos professores. Mas a eles muito será exigido, pois deles dependerão o planejamento e a organização de tarefas de aprendizagem que utilizem essas novas tecnologias. A WebQuest é com certeza uma alternativa valiosa a ser considerada nessas tarefas.

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