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domingo, 26 de setembro de 2010

Por Pierre Levy (2)

1. Sobre como fazer pessoas acostumadas ao trabalho presencial trabalharem virtualmente? Pierre Lévy indaga se não estarí­amos frente a um problema que tem mais relação com as regras institucionais das escolas, que podem ser um grande obstáculo para as novas formas de aprender coletivamente e usar as redes. Isso incide tanto presencial como virtualmente. Há uma tendência em se valorizar mais o trabalho individual do que o trabalho em equipe e não por um questão de dificuldade com a tecnologia, mas com a cultura das pessoas que trabalham nas instituições. E a evolução cultural é lenta. Levou-se mais de uma geração desde que a primeira comunidade virtual foi criada (nos anos 80) para chegarmos ao ponto em que nos encontramos hoje. A comunidade precisa crescer de dentro para fora, não é algo que se imponha e as pessoas precisam de tempo para que construam a cultura da comunidade de forma colaborativa. Esse tempo de cada integrante deve ser respeitado para que a rede se forme.

2. Sobre como fazer com que os jovens participem de comunidades de forma tão ativa quanto no Orkut, MSN, Second Life, etc: Há muitas redes emergindo e a maioria não é bem sucedida, passam por um processo darwiniano. É preciso se estudar porque funcionam bem aqui e não lá. As redes são um fenômeno vivo. O papel dos animadores e lí­deres, principalmente se for uma comunidade educacional, é fundamental. Esses animadores podem surgir de forma espontânea ou serem designados, mas são absolutamente necessários. Seu papel é o de propiciar a interação coletiva, de ajudar na construção de regras e organização da rede. As redes que funcionam bem, como as citadas, têm um elemento de diversão que nem sempre aparecem nos ambientes escolares.

3. Sobre o que se pode esperar de um portal para organização de informações e mobilização das pessoas para que atuem juntas? O portal é apenas um instrumento, a tarefa real é feita por pessoas. O fundamental são as pessoas e não o aparato tecnológico. Não se cria uma rede só com a elaboração de um portal. A rede é uma criação cultural, a essência são os objetivos comuns. Importante é a identidade da comunidade e ela está associada à memóia da rede: uma memória comum, cosntruí­da, compartilhada e cultivada por todos. A comunidade é um cí­rculo e no centro está a memória comum: cada participante cultiva, dá e retira. Quanto mais as pessoas dão, melhor é o conhecimento que se retira. É importante se saber o que é administrar o conhecimento: basicamente é ajudar as pessoas a pertencer à comunidade e a encontrar as informações que precisam no momento em que as ações exigem a informação. Ou ajudá-las a encontrar aquelas que têm a informação e colocá-las em contato. Daí­ a memória da comunidade ser essencial. Muitas vezes o saber vem da prática de quem tem experiência e não está nos livros e manuais. A rede deve também ajudar os participantes a explicitar seu conhecimento de forma a ajudar os outros. A questão do conhecimento da comumunidade – a ontologia – precisa ter um estrutura definida para que as pessoas se orientem no conhecimento. É preciso que se dê enfase à memória viva.

4. Sobre as questões colocadas pelo público destaco as segintes colocações de Pierre Lévy:
  • Um exemplo de comunidade que funciona de forma extraordinária é a Wikipédia.
  • Pensamento crí­tico e habilidade de avaliar o valor da informação precisa ser acontecer na escola.
  • Mesmo as comunidades espontâneas são dirigidas, possuem regras, lideranças e organização como é o caso da Wikipédia. Todos precisam reconhecer que o conhecimento está sendo construí­do em todas as instâncias da sociedade.
  • É preciso reconhecer o conhecimento que está nos outros e que o conhecimento é construí­do em todos os lugares.
  • Na escola é preciso aprender a gestão de conhecimento e a construí­-lo coletivamente.
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