Potencial conflitaria com ambientes excessivamentes informais
O uso das redes sociais como plataformas de aprendizagem gerou controvérsias entre os participantes do 1º Seminário Internacional GUIDE (Global Universities in Distance Education) de Educação Superior Virtual, realizado na manhã desta sexta-feira, 15 de outubro, em Florianópolis. De um lado, os que apostam no potencial das ferramentas. Do outro, os que acreditam que os espaços informais não assumem o papel no sistema de aprendizagem.
Segundo Anna Beatriz Waehneldt, do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), cerca de 80% do aprendizado se substancia fora do ambiente formal. "Daí a importância de incluir dentro do próprio ambiente acadêmico virtual espaços e informações que completem o processo de formação dos estudantes", afirmou Anna Beatriz, que aponta a ferramenta como alternativa para a construção do relacionamento entre os alunos e professores. "É extremamente possível produzir dentro desses ambientes questionamentos produtivos", garantiu.
A afirmação de Anna Beatriz foi compartilhada por Marcelo Fabián Maina, da UOC (Universitat Oberta de Catalunya), na Espanha, que apresentou a própria experiência da instituição espanhola para justificar a suposta efetividade das redes sociais no processo de aprendizagem. "O Facebook tem sido utilizado por nossos professores como plataforma de intercâmbio de informação e comunicação. O Twitter também tem substituído em alguns casos os chats, com a promoção de debates", exemplificou ele.
Em contra partida, Jucimara Roesler, diretora da UnisulVirtual - programa de educação a distância da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina) -, acredita que as redes sociais não são espaços de aprendizagem e formação, principalmente pela banalização das ferramentas no contexto social. Ela justificou sua afirmação com o resultado de uma pesquisa realizada entre os alunos da UnisulVirtual e da UOC sobre o uso dos espaços interativos. "Grande parte dos entrevistados apontou a preferência pela utilização de meios instrucionais que viabilizem o processo de ensino ou o contato com os professores", declarou ela.
As redes de aprendizagem, segundo Jucimara, são compostas por ações didáticas, recursos tecnológicos, conectividade e narrativas virtuais. "As redes sociais funcionam apenas como uma estratégia institucional, mas não como parte do processo educacional", acrescentou a diretora da UnisulVirtual.
Maiana aposta no potencial das redes sociais. Para ele, basta que as instituições de Ensino Superior adaptem as ferramentas aos objetivos educacionais dos programas virtuais. "Cada rede possui distintas funções a disposição das universidades, que podem testá-las aos poucos e avaliar a receptividade dos alunos e a influência dessas ferramentas no processo de ensino", sugeriu ele.
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