O MathChat é um bate-papo munido de ferramentas que permitem a integração de textos com
objetos matemáticos, como figuras e fórmulas. Ele está sendo desenvolvido pelo Laboratório de
Pesquisa e Desenvolvimento em Ensino de Matemática e Ciências da UFRJ - LIMC/UFRJ.
Em sua primeira versão, o MathChat foi implementado em Java, tendo o Maple1 como sistema de
computação algébrica (CAS da sigla em inglês). Os CAS's são sistemas manipuladores de
expressões algébricas que, entre outras coisas, permitem cálculo de limites e derivadas, exibem
gráficos de funções e solução de sistemas lineares. O Maple é um programa padrão, utilizado por
diversas universidades no Brasil e no mundo. Porém, como é um programa privado, sua
utilização na Internet é dificultada, pois depende do pagamento de direitos autorais e tem o
código fechado.
Os Chats são simples de serem utilizados e possuem baixo custo operacional, e de um modo geral
permitem a comunicação através de textos. Com o objetivo de superar dificuldades de
comunicação síncrona de objetos matemáticos, desenvolvemos uma ferramenta de Chat que
possibilita a comunicação de objetos matemáticos utilizando a Internet, além da usual
comunicação de texto: o MathChat.
O MathChat se apresenta como uma ferramenta para ensino à distância integrado a um sistema de
gerenciamento de cursos – o Moodle4 – e a um Sistema de Computação Algébrica (CAS) – o
Maxima3.
O Moodle é uma ferramenta CSCL5 escrita em php6 habilitada a promover aprendizado
colaborativo na internet. O Maxima é um software livre (sob licença GNU-GPL) com
funcionalidades semelhantes ao Maple, adequadas aos conteúdos de matemática nos ciclos
básicos de engenharia, matemática e ciências da computação.
O MathChat, portanto, funciona como uma interface para uma aplicação localizada remotamente
e na qual o estudante pode ter acesso nos laboratórios das universidades, em casa ou em qualquer
outro lugar através da Internet.
O editor de mensagens do MathChat exibe texto com as expressões matemáticas e o resultado do
comando do Maxima logo abaixo da área de digitação, permitindo uma análise antes de enviar
aos demais participantes. Este mesmo sistema pode ser aplicado em ferramentas assíncronas
presentes em plataformas para ensino à distância como por exemplo os fóruns e questionários do
Moodle.
Muitos estudos tem sido desenvolvidos para o desenvolvimento estratégias eficazes para
ambientes CSCL. Especialmente em matemática, ocorrem muitas dificuldades para a
implementação de atividades colaborativas, como coloca Nason & Woodruff (2004). Criar e
manter comunidades de aprendizagem em matemática tem sido um problema difícil.
Estas dificuldades, relacionadas em Nason & Woodruff (2004) e outras fontes ali citadas, seriam
relacionadas à promoção discuss~oes durante e após os processos de resolução de problemas.
Outro problema que deve ser tratado diz respeito às limitações presentes nos ambientes CSCL,
que dificultam a representação matemática e construção do discurso matemático.
Nason & Woodruff propõem em atividades com problemas matemáticos que envolvam os
estudantes na produção de modelos matemáticos que possam ser discutidos, criticados e
melhorados, ao mesmo tempo em que as ferramentas desenvolvidas para dar suporte à
procedimentos que envolvem Aprendizado Colaborativo permitam a representação de problemas
matem_aticos e facilitem a comunicação entre os participantes. Estas proposições têm por
objetivos promover e dar suporte ao discurso matemático em ambientes CSCL.Os nossos resultados iniciais indicam que a ferramenta MathMoodle pode viabilizar a simulação
de estratégias didáticas para o Aprendizado Colaborativo em Matemática, desenvolvidas para o
ensino presencial, e apresentadas na literatura, para um Aprendizado Colaborativo Apoiado por
Computador.
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